sábado, 10 de junho de 2017

Uma biografia em construção

Nascida Vânia de Moura Campos
Adotou em 2018 o pseudônimo: Amarilis
Graduada em Licenciatura em Educação Artística na UFPE
Atuando por 30 anos como Arte Educadora de forma polivalente com teatro de bonecos e de sombra, oficinas de gravuras e pintura mural, até participação na criação hino de escola, projeto de preservação ambiental, vídeo, pesquisas em educação patrimonial e restauração de bens móveis e elementos aquitetônicos. Como artista visual vem paralelamente produzindo várias técnicas de forma espaçada que passou a ser uma atividade constante e principal nos quatro últimos anos😉

quinta-feira, 29 de março de 2012

Professor de biblioteca

Apresentação Teatral por ocasião da entrega do Kit literatura para os alunos. Com participação de estagiários e alunos.

Proposta para trabalho de entrega dos Kits
Professora de Biblioteca
Vânia de Moura Campos
Dramatização

Personagens:
- O marcador de livros (Sr. Fininho)
- O livro
- A menina leitora

1ª Cena
(Cada um entra em cena sozinho e se apresenta)

(O livro) fala: – Bom dia! Quantos meninos bonitos, e com cara de inteligentes. Há não é pra menos todos aqui estão com vontade de aprender e conhecer um mundo de coisas... Deixem eu me apresentar...Não quero ver se vocês descobrem quem eu sou...E conto muitas histórias...Faço as pessoas viajarem para lugares distantes...Faço companhia para elas...Ajudo elas trazendo muito conhecimento...Já descobriram? Quando elas vão passando minhas páginas eu fico tão contente, por que vejo como seus olhinhos vão brilhando de felicidade quando elas vão lendo....Muito bem vocês são muito sabidos parece que todo mundo aqui é leitor...Até logo mais...Que bom que vocês já me conhecem.

- Crianças estou tão triste vou ficar aqui neste cantinho esperando ver se alguém  lembra de mim. (O marcador de livros, Sr. Fininho)


(A menina leitora) – Olá crianças estou tão contente... Eu já sei ler, por isso eu sou agora uma menina leitora. – Pode deixa que eu vou contar para vocês como isso aconteceu... Eu já estava indo para escola, estava aprendendo as letras...De repente (estala os dedos) comecei a juntar as letras e já estava lendo... foi uma alegria só eu não podia mais ver um cartaz já ia lendo. E ônibus todos que passavam eu ia seguindo com o olhar para ir lendo o nome... Muito legal! E na biblioteca...Bom demais...
(Enquanto isso o marcador de livro começa a se mexer. Primeiro como se tivesse se espreguiçando...Depois todo animado começa a chegar mais perto da menina. Os dois quase esbarram)

(A menina leitora) – Quem é você?
(O marcador de livros) – Pode me chamar de Sr. Fininho, esses meninos viram quando cheguei aqui bem triste...
(A menina leitora) – Mais você não parece triste agora...
(O marcador de livros) – E não estou mesmo, agora que lhe encontrei...O marcador de livro só serve se existir leitores, e você disse que é uma menina leitora.
(A menina leitora) – Não fique triste não, mas eu leitora de poucas leituras...
(O marcador de livros) – O bom é que você começou e agora vai querer ler cada vez mais... 
(A menina leitora) – Quando eu pego um livro para ler na biblioteca eu quero ler tudo de uma vez, nunca usei marcador de livro (falando baixinho).
(O marcador de livros) – O que foi que você disse? Não escutei...
(A menina leitora) – É que eu nunca tive um livro só meu para ele ficar com ele o tempo que quiser...por isso quando eu escolho um livro na biblioteca eu procuro um livro fininho para eu ler logo e poder devolver para pegar outro. Oh!  sr. Fininho o marcador de livros não é para aqueles livros grandes que as pessoas começam a ler para e marca a página para continuar depois?
(O marcador de livros) – Isso mesmo então você já me conhece.
(A menina leitora) – Mais ou menos...
(Nesse momento o livro entra) – Eu cheguei para ficar no meio de amigos...
Aqui meu amigo e ajudante o marcador de livros e deste lado uma menina leitora o que eu posso querer mais da vida.
(Cada um passa a comemorar a existência do outro na sua vida)
(Nisso a menina passa a suspirar) – Ah! Se eu pudesse ter um livro para mim que recebe ele novinho eu iria querer sentir o cheirinho dele ...(enquanto isso o livro se cheira)Eu queria ir lendo devagarzinho...Aí entra sua vez eu precisaria do sr. seu Fininho, cada parte que eu lesse colocava o marcador para saber onde parei e depois voltava para continuar a leitura... Eu não iria querer fazer uma dobrinha  nas suas folhas nem uma manchinha eu já aprendi a cuidar dos livros do mesmo jeito como os que eu pego emprestado na biblioteca...Lá em casa eu separaria um espaço para guardar, contaria suas histórias para meus irmão pequenos que ainda não sabem ler...
(o livro) Eu sinto que você vai ganhar um livro novinho....
(Nesse momento entra a música de Chico “Diário” e eles começam a dançar...) Termina a musica e ela responde eu prometo...

06 dez 2007 repasse em capacitação



Primeiro foi a bibioteca escolar Luís Jardim

Acompanhei várias etapas desde a eleição para escolha do nome até o projeto de reestruturação com uma verba para a implementação e aquisições necessárias. E algumas contigências me obrigaram a me transferir. Depois foi no projeto de Edição do vídeo, merece uma referência o investimento pessoal e as adversidades encontradas. Quando este momento expressa algumas vivências em biblioteca

Tempo de penitência

Relembrar trajetos percorridos no deserto da Judeia e buscar inspiração para vivenciar a quaresma com espírito de reconciliação

do litoral ao sertão cada pedacinho de chão

Paraíba tão pertinho, desde a infância idas e voltas … alguns municípios de Pernambuco São José do Egito: Terra dos Poetas, Petrolina que gostoso banhar-se no velho Chico, Cahoeiras em Bonito, São Benedito do Sul, Amaraji e até na mata da Várzea.

Num só momento não deu para conhecer tudo…Tem muito mais.

Vindo pela (1) Ponte do Limoeiro passamos pela sede da PCR e fomos até o Prédio restaurado da Alfândega onde hoje é um shopping o ônibus estacionou e margeando o rio Capibaribe fomos para o primeiro encontro com o (2)Poeta Ascenso Ferreira, sentar ao seu lado. Não podemos deixar de lembrar o “vou danado pra Catende, vou danado pra Catende, vou danado pra Catende com vontade de Chegar” enquanto batíamos fotos e nos abrigávamos na sombra de um copado figo da índia, também conhecido como coração de nego, caminhamos até a rua da moeda: “um passo adiante e já não estávamos no mesmo lugar”… diante do monumento a (3)Chico Science, no alto, na rua da Moeda  outra vez  fotos enquanto entoávamos seus poemas ritmados: “da lama ao caos, do caos a lama” que os alunos cantavam com intimidade. Voltamos a Ponte Maurício de Nassau, e diante da figura esguia do (4) poeta/ engenheiro Joaquim Cardoso bem posicionado para observar a cidade tão amada…fotos, registro da justa homenagem, a quem, com seus cálculos estruturais ajudou a soerguer Brasília e decantou em versos amorosamente o Recife. Arruando chegamos a Rua do Bom Jesus e encontramos (5) Antonio Maria uma professora entoou e acompanhamos uma bela cantiga, enquanto os flashes disparavam com todos entorno da sua figura viva, que parecia dialogar conosco. Agora um trecho de ônibus e enveredamos para o centro e encontramos o refúgio do (6) Poeta Mauro Mota, em meio a um dos centros culturais frequentado por intelectuais, o Pátio do Sebo. O trecho relembrado do Boletim Sentimental da Guerra no Recife.De lá passamos pela Praça da Independência, também conhecida por Pracinha do Diário e encontramos  (7) Carlos Pena em uma mesinha faz lembrar o boêmio que frequentara o bar Savoy que tanto inspirou sua poesia  pertinho na rua do sol fomos encontrar (8) Capiba e saudar com ele o Frevo pernambucano vislumbrando o casario da Rua da Aurora na outra margem do Capibaribe. E mais uma vez de ônibus chegar a Casa da Cultura, para encontrar (9) Luiz Gonzaga, chegando a Casa da Cultura não poderíamos deixar de apreciar o que aquele monumento tinha para nos contar sobre sua história, percorrer sua planta cruciforme do Genial Mamede Ferreira, encontrar painéis de Cícero Dias sobre os movimentos libertários de Pernambuco. Além é claro de conhecer sua 1ª destinação como cadeia que uma das celas nos testemunhava. Chegamos a encontrar um Luiz Gonzaga em madeira que rendeu foto e fomos à busca do que estava na Praça, em frente à Estação Ferroviária, hoje Museu do Trem. Como deixar de atravessar a rua e dar uma rápida olhada no Museu.  Com isso o horário da manhã se esgotou sem que nos déssemos conta. Precisávamos voltar para escola os pais esperavam por isso e as professoras também teriam outro expediente,  além do ônibus e motorista que estava reservado para o horário da manhã. Sem nem descer do ônibus passamos ao lado de João Cabral de Melo e Manuel Bandeira na rua da Aurora e apesar do belo e proveitoso passeio deixou gosto de quero mais pois ainda ficou de fora Solano Trindade no Pátio de São Pedro e Clarice Lispector na Praça Maciel Pinheiro.  

Histórico da Escola Jandira Botelho

A escola foi criada no Bairro de Campo Grande que está vinculado à história de Educadora  nossa patrona Jandira Botelho, para atender a demanda crescente de crianças necessitando iniciar o Ensino Fundamental  I.
No início do ano letivo de 2000 a escola começou a atender a comunidade de Campo Grande contando com espaços físico amplos e um grupo de profissionais tão compromissados que mesmo antes de chegar a Direção da Escola as próprias professoras organizaram as turmas e começaram a trabalhar. As primeiras gestões foram indicadas. Surge o primeiro Conselho Escolar, ainda em 2002 surge à primeira gestão da Unidade Executora e com elas as verbas de PDE e PDDE, que nos permitiu implementar muitos melhoramentos para escola. A partir de 2003 tivemos a primeira eleição de Diretora.
A gestão democrática incentiva às iniciativas autorais de projetos e serviços para o melhoramento do processo ensino aprendizagem, desde capacitação de professores bem como fortalecimento da equipe pedagógica hoje com dois coordenadores pedagógicos, mais professor de biblioteca e estagiários de formação de leitores e estagiários de informática.
           O prédio foi construído com fins de escola e no ano de 2000 iniciou o funcionamento contando com 6 salas no pavimento superior e 6 seis no pavimento inferior. Além de uma sala da direção, secretaria, cozinha e banheiros femininos e masculinos, para os estudantes e um grande hall interno. O projeto arquitetônico dotou a escola com salas amplas e o espaço foi bem distribuído. O acabamento contou com uma meia parede decorada com uma barra de cerâmica em toda escola e granito nas bancadas do banheiro e cozinha. Embora a fundação do prédio foi estruturada sobre terreno de aterro, que acumulou sedimento de entulhos ao longo de décadas, sobre uma área de mangue.
            Espaços como biblioteca, improvisou-se e percorreu várias salas desde o início da escola. Foi implementado o Laboratório de Informática, juntamente com o Projeto Telemar, que não só cedeu os computadores como se encarrega da manutenção, além de incentivar a publicação no portal para compartilhar com outras escolas as atividades pedagógicas vivenciadas. A multiplicadora da rede municipal incentivava e formava os professores para o bom funcionamento das Tecnologias da Informação.
As demandas para matrículas continuaram a crescer, utilizou-se até o hall da escola improvisando novas salas de aulas com tapumes de madeira. Caracterizou-se a necessidade de ampliação, e já em 2003 e iniciou-se a construção do anexo. Antes do término desta construção, a escola teve que se improvisar neste espaço anexo e num centro comunitário, por conta da interdição do prédio principal para reforma.Agora em 2007 tivemos uma complementação no acabamento do anexo. E estamos em andamento com um projeto de reestruturação da Biblioteca que foi crescendo em seu acervo e irá integrar com o laboratório de informática. Este passou um tempo desativado por conta de infiltração no telhado que chegou a provocar um curto circuito.
 Ao longo dos sete anos de funcionamento, a escola atuou nos três turnos, com EJA no terceiro horário. Hoje traz a marca da Inclusão nas suas salas de aulas, embora ainda temos que ampliar o acesso. Foi havendo uma acolhida a comunidade através programas do governo como o PET, Escola Aberta e atualmente Projovem, e até iniciativas de particulares, parcerias com Conselho Tutelar, grupos culturais e seguimentos sociais como A.A. No momento estamos também acompanhando entusiasmados as  reuniões do Pró  Metrópole que fará um amplo atendimento à comunidade circunvizinha, dotando de equipamentos urbanos as comunidade de Saramadaia, Vila da Prata, Chão de Estrela, Capilé, situadas no bairro de Campo Grande.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Trilhas Históricas

Não cresceu muito e percebeu isso quando teve de alcançar cada patamar seguinte do andaime posto na frente da Casa da Cultura. Subira aproximadamente 15 metros para atingir um brasão disposto no frontão Raio Norte da antiga Casa de Detenção. Verdadeiramente, estava com medo, pediu ajuda ao Frei Damião, que tinha morrido fazia pouco tempo e, como em vida sempre ajudou para a salvação das pessoas, não haveria de faltar naquela grande chance de fazer uma descoberta. A primeira “Odisséia” confiada pelo chefe do Departamento de Tombamento. Usando um bisturi, foi removendo, em pequenos trechos, uma a uma das camadas de tinta. Seu olhar atento traria à luz uma grande surpresa: o brasão estava com algumas mutilações e continha materiais distintos. Talhado em placas de arenito, continha um leão de gesso na parte superior acima do núcleo que por sua vez era de argamassa. Foram tiradas algumas fotografias. O trabalho apenas se iniciara. Um mergulho na História traria explicação para as origens daquele brasão híbrido descoberto. Seguiu com a análise morfológica comparativa entre o que estava lá, o brasão do Império e o brasão de Pernambuco. O leão levara a crer que seria o escudo das armas de Pernambuco, mas diferentemente do que se esperava, ao invés de cana de açúcar e algodão, de um lado estava um ramo de fumo e do outro um de café. Um brasão já é em si um símbolo ou uma representação o encontrado sugere que ali houve uma tentativa de descaracterizar o símbolo do império e substituí-lo pelo símbolo de Pernambuco. Isso há de querer significar algo. Enquanto procurava incansavelmente desvendar o mistério em arquivos e bibliotecas, aguçou ainda mais o olhar observando em fachadas, pontes e onde mais eram dispostos os símbolos das amas do seu País e do seu Estado de nascimento. Dormindo confirmava a hipótese: o brasão do Império foi destruído, por ser um insulto aos movimentos libertários pernambucanos. As datas e fatos lhe apareciam como se tivesse em um redemoinho, entrando por um túnel do tempo. E, assim recuou até 24/11/1859, dia da visita de D. Pedro II à Casa de Detenção do Recife, o engenheiro Mamede Ferreira apresentava ao Imperador a obra inacabada por falta de verba e falava entusiástico de outras construções tocadas por ele, como o hospital, nos Coelhos, e o Ginásio Pernambucano, e até, numa pitoresca capela no Cemitério de Santo Amaro. Nessa hora, teve vontade de cumprimentar o engenheiro e dizer que era sua fã, dizer que de fato as obras dele ainda cem e cinqüenta anos depois estão solidamente edificadas na paisagem do Recife, com arrojo e beleza e em pleno uso, com a diferença de que aquela ali, já não era mais uma cadeia, cada cela havia sido transformada em uma loja de artesanato e apenas uma havia ficado quase intacta, para registro histórico. Agora era um espaço cultural. Expunha um enorme painel de Cícero Dias, sobre revolucionário Frei Caneca, representando através da pintura dois momentos da História: 1817 e 1824. Nesta hora, quase gritou: - É essa mesmo a vocação deste prédio de planta cruciforme, lembrar a arte e os movimentos libertários de Pernambuco. Foi nesse momento que se deu conta de que estava fora daquela época e não conseguia, sequer, ser vista pelos presentes, sossegou e passou apenas a acompanhar os fatos do alto do observatório na interseção da cruz formada pelas alas da antiga prisão, chamadas de raio leste, oeste, sul de norte. Sendo este último a entrada principal, à margem do Rio Capibaribe. Voltou-se para o rio. Nesta hora, o rio lhe falou, como se adivinhasse seus desejos: - Pode perguntar, o que quer saber? Quase não acreditou. Era tudo que queria. Pediu que descrevesse a cena da transformação sofrida pelo brasão. Tão excitada que estava, antes mesmo de ouvir o testemunho tão desejado passou ela própria a descrever a cena imaginada: - “Após essa visita de D. Pedro II, o império resolveu assumir a conclusão da obra, o que se deu em 1867...Nesta ocasião, vigorava o brasão com a esfera armilar e a cruz de malta, que na República foram removidas do núcleo do brasão e, nesta remoção, até uma estrela foi decepada...Só depois é que, em 1895, passou a vigorar o Brasão de Pernambuco...Tentou-se, nessa ocasião, fazer a confusão de colocar no lugar da coroa mutilada, o leão em gesso, símbolo de Pernambuco. Só então perguntou ao rio, sentindo quase a certeza de que receberia uma confirmação: - Foi assim que aconteceu? O rio parecia-lhe sorrir e disse: - Você deve saber que o prazer de encontrar está na busca. Ao contemplar suas águas, entendeu que para o pesquisador o rio pode ensinar a não desistir nunca, continuar agregando o conhecimento e refletido luz para que as pistas encontradas possam ser retomadas por outros, caso ele não chegue ao documento definitivo. Teria sido apenas um sonho?...Mas fora tão nítido, tão esclarecedor...