segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Rememorando

Ao chegar na Escola Pe. Henrique ainda era anexo do Pedro Augusto


registro fotográfico e montagem, da festa de inauguração do anexo do Pedro Augusto, pela "lentes" de Vânia. 

Projeto  de Lei nº 79/94 de autoria do Chefe do Executivo Municipal, denominando Escola Municipal Padre Antônio Henrique da Silva Neto, a Escola anexa ao Colégio Municipal Pedro Augusto, situado à rua Lins Petit, nº 45, Praça Chora Menino - Boa Vista (ata da 26ª reunião ordinária da Comissão de Legislação e Justiça, realizada no 14/10/1994)

Que momento intenso participar da pesquisa e elaboração da Biografia do Pe. Henrique

O contato com a mãe de Pe. Henrique que me proporcionou privar de sua confiança compartilhando suas emoções e poesias. Esse convívio inspira-nos a tratar a relação sofrida e traumática da dor da perda, com esperança de que seu exemplo de coragem e luta não foram em vão. 
Resultou desses encontros a biografia apresentada por ocasião da homenagem ao antigo professor do Pedro Augusto, tendo seu nome como paraninfo da recém instituída escola independente (antes apenas anexo do Pedro Augusto).  


Secretaria de Educação e Cultura
Diretoria Geral de Ensino 
Escola Pe. Antônio Henrique
Biografia de Pe. Henrique

Nasceu no bairro da Torre em 28 de outubro de 1940, Antônio Henrique Pereira da Silva Neto. Primeiro filho do casal José Henrique Pereira da Silva Neto e Isaíras Pereira da Silva, que constituiram uma família composta por doze filhos.
Alfabetizou-se em casa, e aos 6 anos já lia fluentemente, quando deparou-se com uma coleção sobre História da Civilização.Demonstrou desde criança senso crítico apurado e sempre fazia defesa dos fracos. Somente aos 16 anos, quando estudava no Colégio Salesiano, é que fez a Primeira Comunhão. Resolveu então, iniciar os estudos como seminarista nos Seminários da Várzea e de Olinda, continuando seus estudos no seminário de Yowa (EUA).
Sua ordenação foi na Igreja da Torre por ser esta a igreja onde seus pais haviam-se casado e onde ele também foi batizado.
Trabalhava junto a D. Hélder na Pastoral da Juventude e, como professor, ensinou Sociologia no Juvenato Dom Vital, na sede da Cúria Metropolitana do Recife, além de Ensino Religiioso em colégios como Marista, Vera Cruz, Escola Técnica Federal de Pernambuco e Colégio Municipal Pedro Augusto, do qual a nossa Escola se originou.
Morreu violentamente assassinado, após várias ameaças, aos 27 dias do mês de maio de 1969. Seu corpofoi encontrado jogado num descampado da Cidade Universitária. A família sofreu bastante a perda cruel e várias perseguições a membros da família, que não poupou nem o pai, no dia do enterro do filho. Levado preso foi submetido a um interrogatório fatídico do qual voltou com convulsões e expelindo sangue pela boca, sintomas esses que voltariam a se repetir e, mais tarde, resultariam na sua morte. Dona Isaíras nos dá uma lição de vida: Viúva, passa a ser o sustentáculo da família e estudou Direito para tentar defender-se e aos seus, que ainda estavam vivos, de outros ataques arbitrários.


Transferida da Escola Nadir Colaço a professora Vânia de Moura Campos, readaptada de função, chega escola Jandira Botelho para trabalhar em Biblioteca. Apesar de já existir uma sala, destinada para biblioteca, estava ainda por organizar. E o acervo eram apenas livros didáticos, na sua maioria. A professora iniciou o trabalho de contação  de histórias fazendo uma roda de alunos sentados no chão e a partir de livros infantis dos seus sobrinhos, por ela recolhidos e doados à biblioteca. Concomitantemente as solicitações da direção da escola continuaram requerendo junto ao setor competente, as estantes, bancas, armários e acervo necessários para a instalação da biblioteca propriamente dita. A professora envolveu-se pesquisa e elaboração da biografia da Patronesse da Escola, por ser esse um dos pré- requisitos para inauguração da Escola. E nesta ocasião, recebemos de uma vez só todo o mobiliário requerido.  E a biblioteca como só tinha uma professora e a escola funcionava em três turnos fez um horário que se revezava distribuindo a carga horária de 160h/a para atender aos três turnos. Isso foi o inicio depois teve outras várias histórias...




Biografia de Jandira Botelho Pereira da Costa

Nasce Jandyra Soares Botelho, em Olinda, no dia 23 de julho de 1922, filha de João Leopoldino Soares Botelho e Viginia Botelho. Seus avós paternos foram Antônio Soares Botelho e Alexandrina Leopoldina do Espírito Santo.. os avós maternos foram Arthur Affonso Botelho e Maria Marques Botelho.
Fica órfã de mãe aos dois anos de idade e passa a ser criada pela madrasta Celeste de Guimarães Botelho, que era professora. Jandyra a considerará como mãe, com ela iniciará seus estudos e dela seguira a carreira de professora.
Sendo Celeste professora estadual, atuando em "Escola Isolada" na Estrada de Belém, Jandyra residiu no Hipódrômo, e compartilhou na sua meninice com os afazeres domésticos e o trabaho de professora (por falta de estabelecimentos de ensino suficientes, o estado reconhecia escolas em casas de família, sob o comando de professoras).
Neste ambiente foi criada Jandyra, aos 13 anos já atuava como professora em colaboração com a mãe.
Na formatura em Magistério, pela Escola Pinto Júnior, a 20 de dezembro de 1941, foi a oradora da turma e dividiu o palco do Teatro Santa Isabel com o professor Sílvio Rabelo, que proferiu o discurso como paraninfo.
Chega a atuar por interinidade, em 06 de março de 1942, na Escola Pedro Celso, mas terá sua nomeação para Escola Isolada em Camutanga, município de Tamoo, em 29/01/47.
Em 03 de fevereiro de 1949, inicia sua jornada no Grupo Escolar Clóvis Bevilaqua. Chega a atuar de 28/08 a 17/09/1959 como diretora interina.
Por gostar de cozinhar faz curso de Arte Culinária no Núcleo de Assistência Social Historiador Pereira da Costa, em 23 de agosto de 1958.
É diplomada em Administração e Inspeção Escolar, a 18 de dezembro de 1962,pelo Instituto de Educação de Pernambuco.
Numa cerimônia ao ar livre, na Igreja da Conceição, no Parque da Jaqueira, ao som da Orquestra Sinfônica, casa-se, em 30 de novembro de 1963, com o então prefeito do Recife, Liberato Costa Junior Pereira da Costa (quê, como presidente da Câmara, assume na vacância do cargo). Seu nome altera-se para Jandira Botelho Pereira da Costa, passa 15 dias como Primeira Dama do município, e continua a residir nas imediações, no Bairro de Campo Grande. O casamento não resultou em filhos naturais, mas dedicou-se à criação dê Cleide e Jandira. Considerando – as filhas, cuidou-Ihes da formação e dedicou-Ihes um amor de mãe. Viveu as alegrias da convivência de filhas e netos que chegou a conhecer.
É transferida em 21/02/63 paral Grupo Escolar Maciel Pinheiro, e em 28/02/64 atua como dirigente. O grupo escolar, que atendia ao ensino primário, depois arriplia-se para atender ao ensino de 1° e 2° graus e muda o nome para Escola Olívio Montenegro. Em 01 de março de 1974, assume a direção.
Sempre .atenta ao seu . aperfeiçoamento, participou de Jornadas Pedagógicas promovidas pela Secretaria de Estado dos Negócios de Educação e Cultura, conclusão em 9 de novembro de 1965, e pela Secretaria de Educação e Cultura, de 30 de Setembro a 05 de outubro de 1968. Em 1969 promovido pela Secretaria de Educação e Cultura, fal um curso com o autor Malba Tahan Forma-se em Pedagogia na Faculdade de Ciências Humanas de Olinda,  em 28 de agosto de1976, com as habilitações em Administração Escolar e Magistério. Em 19 de maio de 1978, foi classificada como Especialista em Administração Escolar. Cedida à Secretaria de Educação e Cultura, de 23 de maio até 27 de julho de 1978, volta a atuar na Escola Olívio Montenegro, na vice direção. Atuando nesta última, supervisiona o estàgio curricular em Administração Escolar da Faculdade de Ciências Humanas de Olinda, de setembro a novembro de 1980.
Participa do Programa de Aperfeiçoamento de Gerências Educacionais PROAGE, de 06 a 28 de Novembro de 1978, promovido pela Secretaria de Educação e Cultura.
Chega em 19 de março de 1981 a diretora da Escola Clóvis Beviláqua, e luta pela implantação do Curso de Magistério. Dali só sairá em 1990 para se aposentar por conta da doença que lhe levaria à morte em 07 de maio de 1993.Convive com o tratamento de um câncer durante 3 anos e a vontade de viver lhe anima as esperanças de vencer a doença que não sabia exatamente do que se tratava. Deixa os seus, faltando pouco mais de dois meses apenas para completar71 anos de idade.
No depoimento de colegas de trabalho, de alunos e dos que mantiveram uma convivência mais estreita, Jandira era uma humanista, pronta a ajudar com uma palavra, um gesto e até ajuda material. A simplicidade aliada à competência, inclusive no domínio da lingua portuguesa, e sensibilidade, às causas humanas a fizeram reunir qualidades para conduzir como muita tranqüilidade sua atividade profissional deixando gratas lembranças entre seus colegas e subordinados.
Recife, 12 de Março de 2001
Pesquisa realizada pela professora Vânia de Moura Campos, coordenadora da biblioteca da Escola Municipal Jandira Botelho Pereira da Costa.

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